terça-feira, 30 de setembro de 2008

Confuso


Nada de fato me tange, viro as costas e tudo se esvanece. Cansada de estar sempre em pólos extremos, sonhando com o olho do furacão, me disseram que é o lugar mais calmo que se pode estar nessa situação, e aspiro por essa calmaria prometida, mas que inevitavelmente trás a tempestade, isso é um fato conhecido. Olho ao redor buscando sentidos que um dia havia apenas visualizado a sombra, e que de tão perto pude sentir o seu respirar abafado, mas como um animal assustado se escondeu das minhas percepções.
Sinto tanto num espaço tão vazio que isso apenas se torna passatempo, não aceito crenças e preocupações postas no meu agir, não possuo essa paciencia, expectativas levam a decepções e eu não pedirei perdão, se eu te disser no que acreditar em mim, a culpa será sua por ter aceitado. Usamos mascaras todos os dias, algumas que superam o sentido do ser e outras que nem chegam a ser suportadas, mas o real é que usamos, não passamos de atores.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tempo


Todas as formas de pensamento me levam ao mesmo lugar, me perco no labirinto do sentir e uso do irracional como mapa para a saida, e nesse meio tempo o tempo se torna inteiro, fazendo com que as horas pareçam dias que se arrastam da pior forma possivel.
Fantasmas me atacam em pontos estratégicos e fixam olhares enigmaticos que só me mostram o que eu não sou. Sei dos meus erros mais drásticos e sinto por todos eles, entretanto isso não me impede de continuar errando. Você agora se tornou maior do que eu, e aprendeu os meus truques, olha de modo distante e me orgulho da sua fortaleza, deixou o nosso banco da praça para aqueles dias de primavera.
Ouço vozes que nada me dizem e sinto o tempo que nada me tras, toda a loucura sensivel torna o concreto insano, mas ainda assim me apego ao cinza que absorve todo o calor.